Serra da Canastra - Encontro VMAS 2017




O Parque Nacional da Serra da Canastra é um dos mais importantes parques nacionais brasileiros, criado em 1972, na região sudoeste de Minas Gerais e abrange 6 municípios: São Roque de Minas, Vargem Bonita, Sacramento, Delfinópolis, São João Batista do Glória e Capitólio. Dentro do parque está localizada a nascente histórica do rio São Francisco, no município de São Roque de Minas.

Previsto com uma área inicial de 200 mil hectares a Serra da Canastra tem o formato de um baú, daí a origem do nome, pois canastra é um tipo de baú antigo.
O Parque protege um cenário de rara beleza com sua vegetação de transição entre a "borda da Mata Atlântica" e o "início do Cerrado".

A água é o fator preponderante no parque, cujas nascentes, que chegam a centenas, surgem em função da umidade que a rocha fria absorve do ar, principalmente no período da noite.

E é para lá que nós vamos, vou relatar aqui o máximo de dicas que conseguir ok, com aquelas fotos tops e no final de tudo um vídeo bem legal para vocês meus amigos!



  • Dia 01 - 14/06/2017
  • Goiânia - Sacramento - 550 km 
Saí de casa às 12:20, nada de tão interessante para hoje, rodovias até Sacramento ótimas. 
Depois de um pouco de chuva e bafômetro da PRF rs, cheguei em Sacramento às 19h, Hotel do Comércio, R$65,00.
Saí para comer algo por perto, sem opções, fui num sanduba! 







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  • Dia 02 - 15/06/2017
  • Sacramento - Piumhi 250 km 
Acordei cedo para aproveitar o trajeto de hoje, Serra da Canastra, enfim vou conhecer! 
GPS não ajuda, mesmo sendo um Garmim, logo se vê que por mais que seja um produto caro e bem falado, nada se compara ao velho Google Maps do celular rsss, agente se perde um pouco usando só o Garmim, porque os mapas nunca são completos, os trajetos são muito bugados, mas o Google Maps de sempre é o que salva, sugiro fazer o download do mapa offline do trecho entre Sacramento e Piumhi. 
Off-Road, vamos lá, no começo o trecho é show, o frio aumenta, nuvens e neblina, 15 graus. Enfim, vou experimentar o Aquecedor de Manopla da moto pela primeira vez, adorei, salvou a mão kkkk. Tinha chovido ontem, então alguns trechos com lama e muitas poças dagua. 
A beleza da região começa a mostrar as caras, tudo muito lindo. 
Meu pneu não é ideal para esse terreno, logo numa poça de água, não deu outra, a moto deslizou e tombou. 

Pronto, acabou meu passeio. 

Comprei terreno. Nunca subestime uma poça de lama. 
Mesmo tendo um cuidado ao passar bem devagar, o fundo é daquelas lama quiabo. 

A moto só tombou, mas foi o suficiente pro meu pé entrar debaixo do baú, virar para trás, torcer meu tornozelo, joelho e todo peso da moto em cima do meu pé pela quina do baú... Uma dor ardida infernal, tanto no joelho, tornozelo e pé. PQP. 
E quem disse que eu dava conta de tirar o pé dali, a dor só aumentava, mas depois de muito brigar eu consegui. 

Agora o outro problema é levantar a moto.  Sim, aquelas técnicas que todo mundo sabe, mas não resolve quando o joelho tá ardendo de dor, o tornozelo também e o pé então... Ainda mais com aquela lama escorregadia. 

Por sorte uns 15 minutos depois passa uma camionete e me ajuda. Ufa. Estava à 15 graus, chuva vindo, seria problema grande. 

Tá, outro problema maior: Passar marcha, aff. 
Cada marcha pra passar é um grito de dor kkkkkk aaarrrrggggg. 
Sim, estou levando meu Spot Gen3, abandonado eu não ia ficar rsss. Mas tava quase apertando o botão SOS. 

Mas quer saber, tá de boa zé roela! Eu tava no meio da Serra da Canastra, bora aproveitar esse mundão lindo aqui, a dor é psicológica rsss. 

Tudo é de Deus, se ele me permitiu até aqui e só com esse probleminha, não posso reclamar, agradeço (por não ter sido pior) e sigo em frente, como é lindo essa tal Serra da Canastra! 

Eu até conheci a nascente do Rio São Francisco, tem base? Nusssss, que sonho! (tive que caminhar até lá, mas... É rs) 

Infelizmente mesmo tentando ignorar a dor, não tem como aproveitar o parque do jeito que eu queria, vou deixar para outra oportunidade.

Geralmente no parque tem que pagar entrada, mas estava liberado, cheguei em São Roque, tudo fechado, feriado, fui para Piumhi tentar achar hospital, cheguei e já me informaram sobre a Santa Casa de Piumhi, fui tentar fazer Raio X, mas parece que hoje não dá, só amanhã,  tudo fechado hoje. Vou tomar um remédio e rodar assim mesmo, (apesar da bola enorme de inchaço), bora deixar de frescura também né, tem gente em pior situação e sendo mais forte. 
Mas hoje vou dormir aqui, tô muito cansado, sem café da manhã, sem almoço, só água e remédio rsss, muita dor, quero cama. 

Essa Serra cansa agente, o trecho, apesar de lindo, é bem punk, hora lama lisa, hora areia, hora cascalho, hora buracos enormes e perigosos, hora erro o caminho rs... 

Amanhã, Encontro Anual do VMAS em Delfinópolis, sábado vou embora... Se essa dor não aumentar rsss. Lá em Goiânia eu cuido da patinha rsss. 
Mas péra... quem vai engatar a segunda marcha pra mim? Kkkk

Aqui em Piumhi é show, que cidade top para se morar, bem típico de interior de Minas Gerais! Gostei daqui. 
Fui para um hotel onde estava cheio de adesivos de moto clubes, então é porque ali é bom hehehe. 
E faz jus, Stalo Hotel, enfim um conforto melhor que o último que dormi muito mau pelo barulho, um café da manhã que vi poucos na vida, muito completo!
O pessoal do hotel é muito prestativo, preocupados comigo já me acomodaram, arrumaram uma compressa de gelo, me levaram de carro a uma farmácia... Legal aqui rsss. Recomendo. 

Anoite fui comer do restaurante do Hotel mesmo, mas a vontade de caminhar pela linda cidade era muita! Paciencia!


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 


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  • Dia 03 - 16/06/2017
  • Piumhi - Delfinópolis 200 km 
Acordei no hotelzão top e confesso... estava ansioso para conhecer o café da manhã kkkk.
Depois de tirar a barriga da miséria, dá para aguentar a janta! No tempo que fiquei aqui, recebi muitas mensagens de apoio e muitos motociclistas se propondo a me ajudar de alguma maneira, como eu não estava em situação de emergência eu não quis encomodar ninguém. Mas tinha um brother que mora em Piumhi, Lima (valeu amigo, obrigado), que me deu uma certa ajuda que estava precisando, eu estava atrás do famoso "Queijo Canastra" que só ali eu poderia encontrar, então saímos pela cidade e fomos à um empório e comprei! Cada vez que andava pela cidade eu achava mais emocionante, tem muitos pontos de turismo por aqui, Piumhi com certeza não é uma cidade para ficar só 1 dia, não mesmo, que lindo aqui! Quero voltar!
Bom, abasteci e parti para o Encontro VMAS, porém pelo caminho muito turismo, um dos principais com certeza seria Furnas, o famoso Canion de Furnas, pelo caminho muitas Big Trails, muitos turistas de toda parte do Brasil, o turismo aqui é muito rico e bem variado, vale a pena conhecer toda região!
Parei no acostamento e fui visitar o Canion, nusssss, muito perigoso aqui, é permitido que as pessoas chegam ao precipício, e não tem segurança alguma kkkkk (fico pensando se alguem ja caiu ali rs). Tirei umas fotos e peguei estrada, sem pressa!
Sai do asfalto, bora no Off-Road (gosto do off também, creio que o melhor e mais bonito do Brasil está no off-road), uma estradinha bem do interior de minas, bem típica mesmo, muito bonito por aqui. Na verdade por todo o parque existe um emaranhado de estradinhas cruzando por todo lado, aqui se perde fácil se não tiver um gps, de preferência google maps. Tive que pegar um desvio, o off deu uma apertada a mais, comecei a me preocupar, cair novamente seria complicado. Passei por algumas pequenas vilas, daquelas bem do interior, casinhas de barros, fumaça nas chaminés.... muito lindo!
Cheguei em Delfinópolis às 13:30h, infelizmente pelo caminho tive que ignorar as cachoeiras, são várias, todas cheias de turistas, mas minha condição não deixava por hoje. Fui direto ao encontro do VMAS, dentro de uma Pousada, tudo muito bem organizado, lugar perfeito, aqui só dava os bruto das big trails, os experientes de longas estradas, ja fui reconhecendo alguns, outros me reconhecendo e... estamos em casa hehehe.
Fui atrás da pousada que tinha reservado, com medo do valor ser absurdo, mas chegando la, foi muito legal, só R$ 60,00, adorei rs.
POUSADA SERRA PRETA - Preciso falar disso rs.
A dona lá, a Senhora Olívia, uma senhora muito simpática, lembra quando pequeno agente visitava a vó ou uma tia no interior, numa casinha bem humilde, simples, éramos muito bem recebidos... É AQUI! Ela é uma pessoa fantástica, todos ali gostam dela, pela humildade, simplicidade, aquele jeitinho mineiro de receber todos como se fosse da família, e a pousada em sí até que é legal, não é luxo, mas também não falta nada. Preciso voltar aqui também rssss.

Tomei um banho, e voltei para o evento ja para ficar até anoite. Dei umas voltas pela cidade para um reconhecimento e chegando ao evento começa a encher, porque durante o dia o pessoal estava tudo pelas cachoeiras, fazendo trilhas, passeando pelas serras. Nesse dia teve até um casamento, foi show!
Altas rodinhas de bate-papo em volta da fogueira, aquele encontro diferente de tudo que ja fui, ao som de música vintage dos anos 30, tudo muito perfeito! Até o José Clóvis estava aqui, novamente nos encontramos, um grande amigo de longas datas, de Goiânia também, fica mais fácil um amigo assim por aqui!
A noite começou a ficar muito fria, muito fria mesmo! Estava quase insuportável o frio aqui. 

Durante o casamento, foi servido o Jantar, confesso que só tinha isso que não foi muito positivo no evento, como eu estava sem almoçar e não tinha comido nada, estava esperando uma janta bem completa, ja que o local parecia que ia servir um banquete, e o valor, mesmo que bem alto para meus padrões nessa ocasião, eu achava que ia ser grandioso. R$ 35,00 jantar self-service, mas muito limitado, só tinha arroz, feijão, quiabo, galinha e angú. HA PARA NÉ!  Mesmo assim, estava gostoso, matei a fome hehehe

A noite fria corria linda,  muito show! Mas lá pelas 11 eu fui embora dormir, liguei o aquecedor de manopla da moto denovo, "ooohhhh trem bão é coisa boa", às vezes tecnologia ajuda hehehe.
Amanhã, partir para casa, meu pé está virando prioridade.


 
 


 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


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  • Dia 04 - 17/06/2017
  • Delfinópolis - Goiânia 720 km 
Acordei na Pousada me sentindo como eu dormir na casa de minha avó, lá em Pires do Rio, nos anos 80... ôh saudades...
Confesso que de tão bom aqui, ja fui logo ansioso para ver como seria o Café da Manhã.
Olha, não vou dizer que é igual à esses café da manhã de hotéis caros, tem menos opções, mas sabe o que me cativou aqui? sabe porque considero aqui o melhor café que já tomei durante essa viagem? É tudo orgânico, tudo simples, feito aqui mesmo, não tem nada industrial, até a margarina não é margarina, é manteiga, feito pela dona Olívia, aquele bolo de cenoura com chocolate ainda quente, feito no fogão à lenha que fica ali do lado, o pão de queijo tirado daquela forma antiga que ainda tem algumas no forno, o doce de leite ela que faz também, aquele café que ela torrou no quintal e coado no bule, nada é comprado, MAS O PRINCIPAL: o Queijo da Canastra, original, feito de leite cru, não é feito como os industriais, tem todo um processo de tradição e regionalidade local, até a madeira que é descansado é da região, tudo segue um padrão de antigamente, que sabor... eu gostei tanto que insisti para ela me vender um kkkk, por R$ 20,00 ela me cedeu um, arrumou bem arrumadinho para mim e coloquei no baú da moto!
Agradecido, saí de lá e fui me encontrar com o Zé Clóvis que queria ir embora nesse sábado também comigo, daí saímos de lá umas 09:30 e fomos para Franca, no caminho uma balsa enrolada por R$ 12,00, depois um atraso numa obra da rodovia, até que pegamos a famosa Rodovia Anhanguera, saudades da minha 750F quando eu vinha para cá... vamos rodar, hoje é chegar em casa anoite.
Almoçamos na famosa Churrascaria do Japão e viemos embora, chegamos em Goiânia 19:30h, nos despedimos e eu fui direto à Unimed ver meu pé.

Depois de uma hora eu consegui arrumar tudo, ufa, meu pé não quebrou.
Tive uma ruptura de ligamento no joelho e em 2 dedos do pé e subluxação no tornozelo. Não vou precisar de gesso, ufa. Mas o tratamento é inevitável, ainda está doendo muito, tudo roxo e muito inchado.


  
 
 

 
 
 
 
 


 

 

Tudo tem um motivo para acontecer, eu tenho certeza que essa história do meu pé foi coisa de Deus, um aviso para não ir muito além, porque não é a hora ou quaisquer outro aviso devido e válido. Aceito numa boa, vou voltar na região em outro momento e depois vejo melhor, sou muito grato por já chegar em casa sã e salvo!

Quanto à moto, novamente eu reforço o quanto estou gostando, principalmente no Off-Road, se ela tombou não é porque é inadequada, vários são os fatores que levaram a isso, principalmente pneu para asfalto em um terreno "liso quiabo", uma combinação nada perfeita para moto alguma! Se pudesse eu andaria só de Heidenau K60, esse pneu é doido de bom! hehe
Viajar nessa moto é ter muito conforto, aquecedor de manopla e banco, piloto automático, a bolha eletrônica que você precisa ficar regulando conforme terreno, o torque quando precisa, o urro lindo dos 3cc, a presença de atenção por onde passa, instrumentação completa do painel, etc, são muitas as qualidades que já relatei em meus vídeos, caso se interesse estão no meu Canal do Youtube!

 




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